Vivemos em um mundo onde a felicidade é trazida quase como um fator obrigatório socialmente né?
Afinal, passamos quase que 24h por dia nas nossas redes sociais que materializam e sustentam um ideal de perfeição e um discurso de felicidade que na maioria das vezes não pode ser mantido, pois de fato não expressa a realidade da vida das pessoas.
E se expor todos os dias a projeções quase que perfeitas, na maioria das vezes acarreta um grande sofrimento e uma sensação de inadequação ou impotência frente uma onda incessante de “vidas perfeitas”.
Ok, mas a pergunta da vez é:
Será que pagamos um preço por sustentar esse papel diariamente?
E se sim, qual seria esse preço?
Bom, é sobre isso que vim conversar com você hoje!
Então vem comigo…
A ALEGRIA
Segundo o dicionário, ALEGRIA significa “um sentimento de contentamento, de prazer de viver, júbilo, satisfação, exultação”.
Ok, ser feliz é realmente algo maravilhoso, e é certo que todos gostamos disso. Mas sejamos honestas: não é possível ser feliz o tempo todo, né?
Porém, nessa incessante cobrança pela felicidade, a alegria começou a ocupar um papel de defesa que em alguns casos passou a impedir o sujeito de verdadeiramente sentir as outras emoções. E isso a longo prazo, pode desencadear um forte sofrimento psíquico.
E O QUE ACONTECE COM QUEM NÃO SE ENCAIXA NESTE IDEAL?
Agora chegamos a um ponto muito importante e fundamental neste texto.
O famoso ideal de felicidade!
É fato que o ideal de felicidade não é a realidade das pessoas. Existem também imposições sociais e projeções externas às quais somos atravessados ao longo da vida. E essa consciência coletiva de que é preciso fazer de tudo para ser feliz acaba sendo um fator inicial de adoecimento psíquico.
Mas quero que saiba que isso não é verdade. Você não precisa vestir um padrão para se encaixar. Afinal, cada sujeito é composto pela sua individualidade, singularidade e subjetividade. Então, estamos falando de uma pluralidade de expressões e de concepções acerca do mundo e do que verdadeiramente nos faz sentir felicidade.
Então tudo bem não se encaixar ao padrão. E se forçar a se enquadrar em algo assim, pode trazer em um sentimento de inadequação e despertencimento acerca do seu olhar ao mundo.
O ALTO PREÇO DE SUSTENTAR A FELICIDADE INALCANÇÁVEL
Freud, o pai da psicanálise, ao escrever os textos que compõem a obra de o mal-estar na civilização, já levanta reflexões acerca de uma busca pela fonte da infelicidade humana, do antagonismo entre impulsos e cultura e de como a sociedade pode reprimir o sujeito.
E por mais que estes textos tenham sido produzidos em 1930, é certo que esse mal-estar que caracteriza essa civilização moderna, persiste nos dias de hoje, causando um impacto profundo na formação do EU.
Hoje vivemos em um mundo que pela incessante busca para extinguir a infelicidade, construiu um ambiente favorável para a crescente de transtornos psicopatológicos e doenças como depressão e ansiedade.
Ser obrigado a desejar essa harmonia e essa beleza toda pode oprimir e certamente provoca fortes dores emocionais.
E aproveitando este gancho sobre adoecimento psíquico e o fato de estarmos no mês de setembro, quero compartilhar um pouco com você sobre o setembro amarelo.
SETEMBRO AMARELO
No mês de setembro temos uma das maiores campanhas ante estigma do mundo, que visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento.
No dia 10 deste mês (setembro) foi o dia mundial de prevenção do suicídio. Mas, sabemos que essa pauta deve se manter durante o ano todo.
Afinal, este é um assunto de extrema importância. Pois o suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à nossa sociedade e a vida de milhares de pessoas.
Para maiores informações sobre a campanha e sobre o assunto, deixarei logo abaixo uma cartilha formulada pela Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, que é uma das mobilizadoras primárias desta campanha em caráter nacional.
Cartilha Setembro Amarelo
http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index9/?numero=14#page/3